terça-feira, 24 de março de 2009

O defasado mundo dos `ninguém´...

Um chefe político derrotado nas urnas abre seu coração. Estava num bar, antes de costas para as mesas, mas após algumas doses de conhaque sem gelo toma coragem e solta o gogó.

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“Pode ser que as coisas mudem com o passar dos anos, afinal, todos costumam dizer que o mundo da voltas. Então hora estamos por cima hora por baixo. As vezes estamos no meio termo e quando a corda parece puxar pra cima, arrebenta e caímos em queda livre.

O espaço entre o que está garantido e o que pode vir a se tornar garantia é grande. Em poucos segundos há uma garantia de desastre ou de sucesso ou de uma luz no fim do túnel.

Quando se está sempre com a mochila pronta pra partir, o impacto disso tudo é menor. Quando se está aberto a novas idéias, o que é uma porta fechada? É rápido mandar tudo pra ´pqp´ e fazer mais uma vez a excitante arte do arriscar.

Então você testa a sorte, é espontâneo, muitas vezes agressivo, pode até soar falso, mas faz bem pra quem tenta, até porque não há outra saída.

Seria oportuno dizer isso em tempos defasados pela competitividade desleal. Pelo choro do abandono de grupos políticos. Nada pior às pessoas que fazem promessas, que abandonarem a “abelhinha operária”. Não! Não há maneira, pois ela volta e cobra. Não pede troco, nem gorjeta. “Vai na veia”, no emocional, aí sobra pro profissionalismo. Não é?

A política é construída mais ou menos dessa forma. Uns com mais dinheiro, outros com mais profissionais, outros com a estagnação. Mas não há saída neste mundo pra fugir da tão falada por todos... política. Tudo vem pra ela, ela absorve tudo, mas não todos...”.

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- Está na hora de fechar – diz o dono do bar.

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Aquele homem olha... não há público... não há votos... não é mais levado a sério... somente mesas.

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- Dá mais uma dose.
- Eu vendo mais uma dose. Você tem dinheiro?

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Antes era tratado como senhor e recebia presentes... agora sua credibilidade está em jogo.