Pela calçada que sustenta todo meu peso,
perece que carrego uma tonelada de sentimentos dentro da minha gigante cabeça.
Movimentos que acompanho não me trazem pra realidade, o que penso não pode ser
compartilhado.
Não sei que face mostro, só escuto, quando
falo só escuto, quando penso só escuto, quando olho... a visão não pode ser
descrita. Vejo como certas coisas não devem se encaixar, meus passos não
compatibilizam minha direção, meus nervos da face estão estagnados. Falo, mas
não sei se movimento minha boca e logo em seguida escuto a voz do meu
pensamento.
Tudo que você acredita ser concreto vira
elasticidade, até cimento parece gelatina. Tudo. Trancado me sinto
impressionado, vejo meu reflexo e ele não reflete o que sinto. Fecho os olhos e
conecto meu tato a seda, posso sentir um bicho saindo do casulo e aprendendo a
voar.
Abro os olhos e vou procurar uma interação.
Primeiro me vejo, toco minha face, mas meus nervos faciais estão estagnados!
Meus olhos nunca estiveram abertos o suficiente para perceber, que como minha
face, a realidade tem várias expressões.
Quando não controlamos nossa expressão
facial, não controlamos nossa realidade? Volto ao meu caminho, andando por
novas calçadas. Não devia ter me deslocado novamente, mas antes de pensar em o
que fiz, vejo que não vale a pena me perguntar por que voltei.
O vazio pode ensinar o quanto estar de
saco-cheio é ruim. O excesso pode ensinar que quando se está vazio, não podemos
saber se nos autocontrolamos.
O que importa saber se alguma coisa não é
real? A realidade se importa. Estando ou não na realidade, no momento certo, na
situação errada, a realidade é a mesma e quando se sai dela, vemos quanto ela é
autêntica.
Vemos o quanto é real nossa saída da
realidade.
Passo por uma criança, passo por uma casa,
passo por uma árvore, começo a cansar de passar e sou ultrapassado por aquilo
que estava procurando. Procuro à normalidade.