"A primeira vez é sempre a melhor"
“Está tudo acabado” – Otávio Olavo caminha com as mãos no
bolso em direção ao boteco de sempre. Durante suas passadas, ele tem um
flashback dos bons momentos que passou com sua amada. Após um tempo, centra suas
ideias e faz um sinal de negativo com a cabeça.
Otávio e sua ex namorada tinham um relacionamento duradoiro
e diferente.
No início da relação, eles mantinham uma postura tradicional.
Passado alguns meses eles começaram a colocar aventuras no cotidiano. Apimentar
a relação, vamos assim dizer.
...
“Nós precisávamos disso, nossa vida estava dominada pela
mesmice” – me disse certa vez Otávio Olavo.
Pelo que entendi, logo no inicio do relacionamento eles já
se “casaram”, mesmo sem formalizar a união.
...
Tudo começou quando a mulher de Otávio Olavo fez algo
diferente. Isto marcou a vida de ambos.
...
“A ideia foi dela. Mas eu gostei desde o primeiro dia...” –
Otávio Olavo, muito abatido, fala como se quisesse voltar no tempo.
...
No primeiro dia (o ‘Dia D), Otávio estava no bar do Pudim,
sentado, esperava seu bolinho de siri. Foi quando um sms chegou ao seu celular.
“Oi amor. Lembra que conversamos no fim de semana sobre
fazer umas coisas diferentes? Então, quer tentar?... kkkkkkkk”.
Ele olhou ao seu redor. As pessoas conversavam no bar. Igual
sempre. Uns com cara de bêbado. No canto escondido estava o casal a discutir
sua relação. O garçom pra lá e pra cá. O mesmo cheiro de boteco... adorado por
muitos... mas o mesmo cheiro.
Um pequeno sorriso no canto da boca e ele responde.
“Oi amor... claro! Kkkkkkkkkkkk... chega de mesmice!
Lembra?”.
Esse “chega de mesmice” foi o trato feito pelo casal.
“Que ótimo amor. Tenho uma ideia bem quente. Mas você
precisa topar”.
“Tudo bem, mas não é melhor conversar pessoalmente. Estou no
Pudim!”.
“Não. Já te escrevo sobre o que você vai precisar fazer”.
Após este último sms, Otávio ficou curioso e ansioso. Chegou
seu bolinho de siri e ele pediu mais uma cerveja. Tentou se desligar, mas
aguardava a mensagem. Olhava toda hora pra seu celular; então chega a mensagem.
“Gatinho, mostrei você p uma amiga minha no face!!! Ela te
achou um lindinho e aceitou uma brincadeira a três. Vamos vamos!!! Diz que
sim!!! Olha só, está tudo certo. É só ir ao apartamento dela, já estaremos te
esperando!!!”.
Otávio Olavo tremeu! Respondeu rapidamente.
“Sim, claro que eu topo. Me passa o endereço!”.
Depois de receber o endereço, ele entrou no carro e partiu
pro encontro...
...
- Esse dia foi demais! Eu simplesmente adorei. Foi à coisa
mais emocionante da minha vida. Sabe quando você parte pra uma coisa totalmente
inesperada? Aquela sensação de novidade? Você sabe o que eu estou falando? – me
disse Otávio todo eufórico.
Então perguntei:
- Mas o que exatamente aconteceu neste primeiro encontro?
...
Otávio chegou ao endereço que recebeu. Um prédio no
Bigorrilho. O local era na Rua Padre Agostinho, em direção ao Barigui, próximo
ao Pollo Shopping.
Ao chegar, o segurança que fica na guarita aproximou do
carro e perguntou:
- O senhor é o Otávio Olavo?
- Sim, eu mesmo.
- Siga pela direita e estaciona na garagem número 23.
- Ok.
“O mesmo número do apartamento!” – refletiu ele, como se
isso quisesse dizer alguma coisa.
Entra no elevador e parte para o segundo andar.
...
“Esses minutos que fiquei da garagem até o elevador e do
elevador até o apartamento, caminhando por um corredor que desconhecido, foi
algo tão excitante, que não há descrição possível para definir o que senti
naqueles instantes”.
...
Otávio Olavo toca a campainha. Ele escuta um barulho de
salto alto. Já está totalmente excitado. Não consegue se controlar. Então a
porta se abre e ele é surpreendido! Seu queixo cai. Entra no apartamento
hipnotizado. “Meu deus! O que é isso!”.
...
- A primeira vez é sempre a melhor! Não há descrição. Não há
sentimento mais intenso que a primeira vez. Não existe confusão mais prazerosa.
Tudo que é bem feito resulta num bom resultado. Sempre pensei assim. Continuo
pensando. Porém, quando uma situação inusitada surge subitamente em nossas
vidas. Simplesmente não temos saída. É melhor enfrentar. E posso dizer uma
coisa. Não fujo de desafios, ainda mais quando esses são prazerosos – me disse
eufórico Otávio Olavo.