sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

A Putinha do Berlusconi

Através de alguns contatos descobri que uma das Putinhas do Berlusconi veio pro Brasil clandestinamente. Minha fonte revelou que ela chegou pra fazer uns trabalhos ‘exxxtras’ por aqui, já que toda putaria italiana está monitorada.

Sempre acompanhei muita gente pelas casas de shows desse Brasil, são trinta anos nesse meio!

Conheci essa fonte numa das maiores casas de show em São Paulo. Ele me deu a dica, ligou na madrugada e disse que tinha uma bomba pra mim.

No começo achei que era pra passar uma gata pra algum contato, esse tipo de coisa. Não foi nada disso.E hoje com um pouco mais de meio século na cara, não recuso propostas...

Ele me revelou que uma das Putinhas do Berlusconi estava por aqui. Disse que desembarcou em São Paulo. “Por que eu?” – questionei meu nobre amigo. “Parece que de São Paulo ela vai à Curitiba... então é você mesmo. Vai lá, faz uma matéria com ela. Amanhã te passo as coordenadas e tudo mais. Ela é brasileira, já facilita. Você sabe o que fazer... até parece que a primeira vez que vai falar com uma prostituta!”.

Desligou o telefone na minha cara.

...

Tive um jornal uma vez. Fazíamos estórias das queridas... também histórias. Falava com elas e deixava aquilo virar notícia. Infelizmente começaram a usufruir do meu trabalho pra agendar putaria.

Como a grana era muito fácil, fiz um pé de meia. Até que numa dessas noites de loucura eu caí. Um filho da puta de colarinho branco deu com a língua nos dentes e a casa caiu. É como dizia um maluco aí: “minha casa tá quase caindo. Está pendurada por três cenouras e tem um coelho de guarda”.

Então um político tipo Berlusconi deu uma de X9 e sobrou pra mim. Só que eles não sabem que filmei muita putaria. Escondi câmeras nos quartos da minha ex mansão. Dá até pra montar um site e fazer uma espécie de segmento pornô: político sexual.

Consigo acabar com essa hipocrisia de achar que esses gordos, feios e ricos não gastam sua grana na zona. Tem político que é dono de zona!

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Recebi a ligação: “Então meu camaradinha, disseram pra ela que vai um repórter lá. É Hotel Bourbon. Faz uma matéria no estilo do teu jornal pornô barato. Faz do jeito que quiser. Depois me manda e vemos o que vamos fazer. No mínimo fazer um pouco de dinheiro... eu sei que você está precisando! Abraço”.

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Não perdi tempo e fui pro hotel. Cheguei à recepção e falei que tinha uma conversa com Carol, no quarto 403. O filho da puta do recepcionista olhou pra minha cara com os olhos brilhando e disse: “você vai falar com ela! Você é um cara de sorte!” – pegou o telefone e fez a chamada: “pode subir”.

Saí do elevador e percorri o corredor do hotel. Olhei o 403, parei e dei uma respirada. “Pelo que o recepcionista disse deve ser uma gostosa” – pensei comigo. É inevitável que pensemos nessas coisas quando vamos falar com uma Putinha do Berlusconi. Elas são famosas no mundo todo.

Bati na porta e quando Carol abriu quase cai de costas. Puta que pariu que mulher linda! Seu cheiro doce e seus cabelos molhados recém saídos do banho. Entendi porque fazia sucesso pela Itália. Uma mulher de cabelos pretos e lisos com uma pele naturalmente morena estilo índia. Olhos castanhos claros que pareciam verdes e bastava uma olhada pro castanho esmeralda reluzir! Uma definição? Uma das mulheres mais lindas que eu já vi! E era uma prostituta!

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- Pois não! – ela disse.
- Oi... vim conversar com você... sou jornalista!
- Sim... eu sei. Já me explicaram tudo. Entre... fique a vontade.

Deu espaço pra eu entrar no quarto. Reparei que estava tudo organizado. As malas com as roupas todas dobradas, tudo certinho.

- Pode sentar no sofá. Eu fico na cama mesmo!

Ela deu um sorriso enquanto falava. Uma cara de safadinha. Seu olhar indicava alguma coisa. Minhas pernas tremeram. “É hoje!” – pensei comigo.

Abri minha mochila e tirei o gravador. Olhei pra ela e apertei o REC.

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– Pode falar seu nome completo? Ou seu nome de trabalho? Como preferir...
– Sou conhecida como Carol.
– É verdade esse papo que você é uma das Putinhas do Berlusconi?
– Claro! Você acha que eu não tenho capacidade pra isso?

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Odeio quando respondem uma pergunta com outra.

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– Olha... você é gostosa pra caralho. Pode ser a Putinha do Berlusconi, do Lula... da Dilma... até minha é claro.

“Fiz ela sorrir... isso é bom... as prostitutas gostam de caras divertidos!” – pensei comigo.

– Bom... como eram as festas na casa do Primeiro Ministro Taradão?
– Ele não é taradão... é bem gentil. Faz tudo pra nos agradar, apesar de que nem tudo é possível!
– Como assim? Explique melhor esse lance?
– Ah... ele não tem mais 20 anos não é! Então... entendeu né.
– Claro. Quer dizer que ele não dá no coro?
– É por aí.
– E o pau... é Berlusconão ou Berlusconinho?
– (após sorrir... um sorriso lindo!) Não vou falar isso.
– Qual é Carol... aqui não é uma entrevista pro Fantástico. Meu negócio é esse mesmo. Responde essa então: a língua do Primeiro Ministro é afiada na cama como é quando ele fala com a imprensa?
– Aí... credo... não posso ficar falando essas intimidades.
– Como não?
– Não posso e ponto final.
– Nossa Carol... vai fazer isso comigo? Vai me deixar sem respostas?
– Mas faça outras perguntas, aí eu te respondo!
– Mas aqui o negócio é diferente... você precisa falar das putarias mesmo... não tem meio termo. Fala aí então... o Véio te fez gozar alguma vez?
– (respirou fundo e me olhou meio contrariada) Não... nunca!
– Porra! (disso isso espontaneamente... até ela se surpreendeu). Desculpe gata! Voltando... voltando... vamos lá... e ele... como gostava de gozar?
– De várias formas.
– Convencionais?
– Sim!
– Dizem lá na Itália... e você deve saber muito bem disso, que ele e seus amigos gostam que umas putinhas mais safadinhas façam fio terra. É o que dizem... não vai ficar brava comigo... mas diz aí... é verdade?
– (Ela meio contrariada ficou um tempo em silencio, olhou pra mim e disse) É.
– Você já fez isso no Berlusconi?
– Claro.
– Sério... e ele gostava?
– Se pedia pra fazer... (me tirou!)
– Olha só... o cara é doidão então! Rola drogas nessas festas?
– Igual a todas as outras.
– Mas essas festas aí de políticos... quem frequênta?
– Igual aqui.
– Ou seja?
– Muitos políticos.

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Ela estava deitada na cama, seu roupão desceu um pouco. Ela passava as mãos no cabelo longo e sua coxa começou a ficar a mostra. Estava doido pra transar com essa mulher.

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– Gosta de políticos?
– Gosto que eles me paguem.
– Alguns não pagam?
– Alguns fazem promessas, igual na campanha. Aí chega na hora do “mandato”, não fazem o que prometeram... entendeu?
– Sim... entendi. E os valores. Quanto você cobra?

(Já estava partindo pro final, era questão de vida ou morte transar com essa mulher!)

– 4 mil.
– Reais?
– (deu um sorriso) Euros meu caro! (Disse debochando)
– Puta merda... caralho meu... você não pode fazer isso com um jornalista! Nosso negócio é em real e ainda vão umas moedas pra completar essa porra aí meu! Puta que pariu gata... como assim? Minha vida não está fácil e você vem com 4 mil euros?

(Isso não vai ficar assim, pensei transtornado)

– Do que você está falando?

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Só pensava com a cabeça de baixo. Abri minha mochila e tirei uma arma de brinquedo que sempre carrego. Estava fora de mim. Uma arma na mão e uma ideia na cabeça.

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- A entrevista acabou! O negócio é o seguinte sua puta safada. Você está presa (gritei dando voz de prisão).
- O que?
- É isto mesmo. Vai tirando a roupa aí.
- Como assim tirar a roupa? Do que você está falando? Você não jornalista?
- Polícia Federal sua puta. Perdeu sua vadia. Se não quer ir em cana vai abrindo as pernas.
- Cadê sua identificação seu nojento desgraçado. Você acha que tenho medo de polícia?
- Acho que é melhor você ficar na sua senão vai em cana. Vou botar uma coisinha na sua mala e falar que foi denúncia anônima. Sacou?
- Você não é polícia coisa nenhuma. Transo com polícia faz uns dez anos. Cala essa boca e guarda essa arma.
- Cala essa boca vadia (mandei um tapinha na orelha dela). Tira essa roupa agora e fica de quatro.

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Ela me olhou chorando e fez o que mandei.

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Nunca tinha visto uma bunda como aquela. Era linda demais.

Justificava o que eu estava fazendo? Lógico que não, mas estava completamente fora de mim.
Comecei a transar com ela. Fiz como se fosse com minha namorada. Fiz como se fosse com minha mulher. Fiz amor com aquela prostituta. Fiquei com a arma na mão e mandando ver.

De repente ela pediu:

- Bate na minha bunda! Bate vai!

Comecei a me empolgar. Mandar ver com mais força. Ela começou a gemer gostoso. Rebolava no meu pau. Nunca vi aquilo. Uma pele morena. Um corpo perfeito. Seu cheiro doce. Seu corpo curvado.

Ela disse:

- Vou gozar! Vou gozar! – e começou a gemer mais alto e pedir pra eu enfiar com mais força.
- Eu também vou gozar – disse já sentindo aquela sensação maravilhosa percorrer meu corpo.

Então ela percebeu a hora que eu gozava e se virou. Percebi o movimento, mas estava tão no auge que não tive reação. Senti uma porrada na minha cara.

Foi um puta soco. A violência foi grande, cai devagar, parecia câmera lenta. Uma gozada, depois um soco e a queda de costas no chão. Bati a cabeça e fiquei esticado, completamente relaxado.

Quando me dei conta do que havia acontecido, abri os olhos e a vi nua parada segurando a arma.

- Larga essa arma... ela é de brinquedo!
- Essa é minha arma seu idiota!

Olhei e vi que não era minha arma. “Puta merda... agora fodeu” – pensei comigo.

- Porra Carol... atira aí... posso morrer que estou no auge. Nada é melhor que comer a sua bunda.
- Seu filha da puta – e me deu um chute na barriga.

Esse foi mais dolorido, porém não fazia diferença. Na minha cabeça só sentia seu cheiro. Eu olhava pra ela e não conseguia ver raiva. Ela estava nua com uma arma na mão. Comecei a ficar excitado de novo. Era impossível não ficar... seu corpo todo depilado, lisinho... cheiroso.

- Ei Carol... já disse... atira logo.
- Você não é policial porra nenhuma não é?
- Lógico que não... sou jornalista. Quando você falou quanto cobrava... fiquei louco. Uma mulher como você deixa qualquer um louco. Não estava pensando direito. Foda-se. Não me arrependo. Não teria como pagar você mesmo... que jornalista anda com 4 mil euros no bolso?
- Você é doente. Só respondi quanto eu cobro na Itália.
- É... eu sei. Bom... no final das contas você estava gostando não é? Gozou não gozou?
- É claro que não. Eu nunca gozo. Só gozo com quem merece.
- Nunca goza? Está de brincadeira. Eu sei que você estava gostando. Pode não ter gozado, mas isso quer dizer que mereço fazer você gozar. Vou fazer o que o Berlusconi não faz – e fui em direção a boceta dela.
- Eu vou te explodir – e colou a arma na minha cabeça enquanto eu ia com minha língua mais que afiada pro meio das pernas dela.

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Meu caminho é sem volta e vou até o fim.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Mascate da noite

Ele fica ali sentado a espera de alguém. Chega um consumidor. Então se desloca até o lugar em que guarda sua mercadoria. Faz parte da publicidade. Já viu alguma propaganda das Casas da Bahia sem aparecer um produto? É uma “lei”, num mercado sem regras.

Depende o comércio, às vezes há amostras. Depende o estágio, eles fixam o preço que querem, pois sabem da procura. Não se usa muita transparência e todos sabem disso. E se você está endividado? Foda-se!

Como se ele tivesse uma bola de cristal, sabe exatamente o que você quer! São negociantes mais que profissionais e sabem tirar proveito do que tem de melhor. A lábia.

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Como lobos eles andam em matilhas. Cada um com sua função. Em pouco tempo eles se comunicam e sabem como tirar proveito de você. Também como lobos, são traiçoeiros e podem se autodestruir, são concorrentes.

Os mascates da noite não trabalham necessariamente quando não há luz. Eles são da noite porque são obscuros. Seus olhos são secos. Seus corações são escuros.

Possuem passadas firmes. Não é pra qualquer um. São muitos, com muitos produtos. Muitas vezes se vendem pra vender. Fazem todo tipo de teatro, representam, já estão viciados.

Se precisar usa uma mala preta. Se precisar anda pelado com uma mala preta. Se precisar fica apenas de meia. Faz o que for preciso com frieza.

É preciso tirar tudo que você tem. Eles farão de tudo pra não deixar rastro. Eles ficam de qualquer jeito, mas não tiram a máscara de mascate. E qual a máscara de mascate? Você só percebe depois de efetuar a compra. O bom senso entre os mascates da noite nunca existiu.

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Mas veja bem! Se você for negociar com qualquer um deles. É bom se desprender das suas crenças! Veja o que você quer e por que procura.

É bom saber detalhes antes de fazer qualquer negócio. Não adianta aperto de mão, olho no olho, telefonema, e-mail. Todos querem moeda de troca.

Você quer ser diferente? Quer ir pra rua desalmada desarmado? Quer? Quer mesmo? Quer ser inocente?

Então saiba: nós mascates humanos não estamos nem aí.