terça-feira, 3 de novembro de 2009

Absurdo! Roubaram a tampa da chaminé da churrasqueira!

- Ué... cadê a tampa da chaminé da churrasqueira, hein vizinho?
- Cara... sumiu... e isso que nós fizemos apenas um churrasco!
- Mas como?
- Ah... vem perguntar isso pra mim! Sei lá... aquilo deve pesar uns trinta quilos no mínimo, como que pode alguém ter a capacidade de levar!
- Muito estranho mesmo.

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O ser humano é um bicho estranho de se entender mesmo. Não há paz nessa estranheza toda. Aí surgem fatos difíceis de digerir, mas que realmente acontecem. Existem tantos problemas causados por nós, que se tornaram quase impossíveis de resolver, porém a luta continua, não é?

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Pois é... hoje temos que nos adaptar a tornados que passam por aqui.
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Numa noite da tempestade, logo que ela acalmou, procurava minha casa, em meio a árvores derrubadas, fios elétricos entre as ruas e elas... interditadas.

- Incrível a força da natureza né! Me senti mais fraco do que nunca em meio a destruição desses dias atrás, daquela tempestade!
- Você percebeu que o vento subiu na contra mão e devastou o que estava pela frente. Passou pelos sinais de trânsito! Nada condiciona a natureza. Não há sinal de pare! Não há sinal vermelho!
- Nossa que pira cara!

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Meu balde está cheio e preciso descarregar em alguém! Não sei quem está mais louco, se é o tempo ou o homem! Vou pra rua bufando, o olhar das pessoas não são mais os mesmos depois dessa devastação natural. Não tenho mais coragem de descarregar em inocentes. Então onde estão os culpados?

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Num boteco um bêbado resmunga – “estou com uma dor de dente, caiu uma obturação! Mas já vou passar!” – e pediu uma pinga.

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Cada um arruma a solução que lhe convém, não é?

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Abro a janela em meio ao barulho de martelos, parecia que estavam construindo uma edícula em frente onde moro. “Pô legal”... pensei com meus botões. Porém... nada disso era sério. Entulhos em frente a minha casa!

Não é brincadeira. “Estamos morando onde o dono das nossas kit´s colocam os entulhos dele!”, disse pro meu vizinho. Ele olhou pra aquela obra e me perguntou: “como podemos chamar isso?” – olhei pro monumento e tentei dizer alguma coisa, mas na verdade não tem como distinguir o que fizeram em frente a minha casa.

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Parece que não tem mais solução, a nossa cagada está mais podre do que nunca, não aguentamos mais nosso próprio fedor. A natureza não aguenta mais nossa presença. Se eu fosse ela também não aguentaria.

Hoje as tempestades não levam embora apenas bens materiais, perdemos pessoas!

E a culpa é de quem?

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Tem bens materiais que pra alguns tem mais importância do que uma vida que se vai com um desastre natural. Sim... todos sabemos que desastres naturais sempre aconteceram, porém eles estão se tornando comuns! Agora estão no centro da cidade, assim como assaltos, roubos, mortes, balas perdidas.

Somos reféns da natureza ou ela é nossa refém? Depois de tudo isso, após pessoas queridas morrerem, familiares inocentes desaparecerem e só restar o dinheiro, comeremos as moedas mais cotadas nas bolsas de valores. Elas nos darão carinho!

Durmam enquanto chove, aproveitem enquanto há garoa, pois chegará o dia que só haverá tempestades ou estiagens. E os que tem mais, estarão numa boa, com sua geladeira forrada de suco de dólar, salada de libras e frutas de real.

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É uma real...