terça-feira, 14 de agosto de 2012

Causos da desgraceira de loucos em plena guerra


O apocalipse segundo o evangelho do urubu não será televisionado, como alguns pensam. 



Opção 1:

Invasão única e exclusiva dos urubus. O método é mais objetivo e prático. Os urubus caracterizam os cérebros dos humanos como carniça e começam a colheita.

Nessa forma de negociação, vocês não têm muitos direitos. Não há critério. Todos os cérebros são considerados grãos e serão necessariamente colhidos.

Opção 2:

Invasão de urubus com alteração de andorinhas. Essa espécie mantém um mínimo de característica de sociabilidade dessas aves menores. Mesmo assim, elas continuarão cagando nas vossas cabeças.

O diferencial (segundo o urubu) é que as andorinhas preferem, além da manter uma porcentagem de colheitas instantâneas, cultivar os invasores.

Basicamente (pra contextualizar), vocês serão escravos... e morrerão com o tempo. 

Apocalipse segundo evangelho do urubu


O período é tenso. O tempo é rápido e voraz. Você não pode ficar sossegado. Não tem momento de cordialidade, nem paciência. Os animais já não são mais os mesmos, tudo foi alterado. Os organismo todos tornaram-se geneticamente modificados.

Não importa como isso aconteceu. Não importa o “Por que”?

As coisas não mudaram tanto assim.  As guerras continuam. As disputas. A competitividade. Essa ordem não mudou. Por mais que digam que um dia tudo foi diferente! Mas na verdade, atualmente, isso vale menos que comer uma de dançarina com corpo de ninfeta de programa de TV e com cabeça de rã. 

Sereia? Isso já era. Hoje elas dançam em aquários na zona.

Além disso, dizem que a cabeça de rã chupa melhor, são mais inteligentes e dominam melhor as línguas.

Esse choque de realidade moderno foi absorvido rapidamente por todos.

Primeiro por nossa culpa. Já que tinha tanta carniça no mundo, que os urubus é que se tornaram ‘o império’ (falando de cadeia alimentar nos dias de hoje).

...

O urubu rei é quem manda. Inclusive agora, pra você ter uma ideia, estou pendurado num penhasco, enquanto um urubu me manda digitar o que vocês estão lendo.

Ele diz que isso é uma mensagem, pois (palavras dele) iremos arrancar todos os cérebros de vocês em breve. Furar seu crânio e comer o que vocês têm no meio do que chamam de cabeça (eles têm uns bicos muito perigosos – palavra minha).

...

Agora volto a escrever o que ele chama de contextualização.

...

Acontece atualmente uma luta histórica por aqui. Os urubus estão em constantes reuniões, em constantes ambientes, em todos os nichos...

Porém... após tanta alteração genética, existe uma situação inusitada! Os urubus já tem data pra saber se permanecerão no poder.

Existem células! Diversos grupos de organismos geneticamente modificados que competem pra tomar o topo da cadeia alimentar. Uma disputa muito acirrada.

A vantagem do urubu, é que depois de tanto tempo no poder, depois de tanto tempo a fazer as mesmas coisas, tornaram-se os melhores. Desenvolveram e evoluíram tecnologicamente.
Como?

Com o passar do tempo, os urubus (que sempre souberam o gosto que tem um cérebro) se voltaram pra algumas espécies específicas. Perceberam que qualquer mutação que tenha uma cabeça de ser humano é alvo.

Sendo assim, o cérebro é o que necessariamente, isso segundo os urubus, justifica matar.  
O motivo?

Confesso que nunca experimentei... mas eles fazem um chá com o cérebro. Uns preferem comer direto da fonte, outros preferem fazer chás e tomar pelos ares, voando...

Bom... a principal justificativa é que esse chá realmente os deixa superiores.

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É... acho que não tenho muito tempo de vida, apenas estou aqui escrevendo isso. Já sei que sou um dos últimos que tem cérebro pra me comunicar com vocês, com seu tempo.

Ah... pra quem não entendeu... sim... com os chás de cérebros conseguimos (isso nas palavras dele) viajar no tempo. Ou seja (segundo ele), todos vocês estão fodidos...

...

Hoje a espécie com cérebro está em extinção.

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O auge:

Foi quando surgiu a primeira leva de andorinhas e urubus (2 em 1)!

Os urubus já dominavam tudo. Porém, num voo despretensioso, alguns deles viram uma comunidade enfiada entre umas montanhas distantes. Lá eles observaram que havia andorinhas, com seus ninhos de garrafas pet.

Os urubus perceberam que aqueles pássaros usavam o plástico pra montar seus ninhos. As andorinhas disseram mais tarde que havia um excesso de plástico deixado pelos humanos, que precisavam transformar aquilo em algo utilizável.

O número de andorinhas era absolutamente superior ao número de humanos, era superior inclusive ao número de urubus, mas viviam pacificamente com os providos de cérebro. Até porque não tinham noção do gosto de um chá de cérebro.

Um dia... num ataque relâmpago, os urubus mataram duas crianças que brincavam numa praça. A andorinha chefe já estava rendida pelos urubus. O ataque levou duas cabeças de humanos até a andorinha.

Lá... os urubus preparam o chá e fizeram a andorinha tomar.

E assim, surgiu a mistura entre urubus e andorinhas... muitas vezes essa espécie come a própria andorinha, pois o instinto de urubu sempre predomina.

...

Então...  antes de mais nada,  queremos dizer que estamos dispostos a negociar (isso é ideia dos urubus) alguns cérebros com vocês, seres humanos.

Vocês têm duas opções.

E é bom que prestem atenção (isso é palavra minha) eles não estão brincando.

Opção 1:

Invasão única e exclusiva dos urubus. O método é mais objetivo e prático. Os urubus caracterizam os cérebros dos humanos como carniça e começam a colheita.

Nessa forma de negociação, vocês não têm muitos direitos. Não há critério. Todos os cérebros são considerados grãos e serão necessariamente colhidos.

Opção 2:

Invasão de urubus com alteração de andorinhas. Essa espécie mantém um mínimo de característica de sociabilidade dessas aves menores. Mesmo assim, elas continuarão cagando nas vossas cabeças.

O diferencial (segundo o urubu) é que as andorinhas preferem, além da manter uma porcentagem de colheitas instantâneas, cultivar os invasores.

Basicamente (pra contextualizar), vocês serão escravos... e morrerão com o tempo.

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- Viu seu Urubu. Não sei mais o que dizer... disse tudo que sei.

Então ele me coloca dentro de uma gaiola e me leva pra outro lugar. O urubu voa alguns minutos com minha gaiola pendurada em suas garras. Depois me entrega pra outro urubu, que fica observando a célula em que moro.

Agora estou preso no meu ninho miscigenado.

Tenho pouco de tempo de vida.

Observo o urubu que me largou a levantar voo. Após subir um pouco em direção ao céu... ele faz uma manobra e dá um rasante. Pega outro prisioneiro.

Somos poucos.

...

A situação atual:

Alguém vai falar onde vocês estão. Os humanos têm essa característica: tentar tirar vantagem em tudo.

Muitos de nós somos modificados pelos urubus.  Já fui misturado com outras espécies. Um dos meus braços é uma cascavel e no outro uma jararaca. Elas vivem brigando... hora entre elas, hora mordendo minha cabeça. O foda de não se ter cérebro é isso... elas não param... não perceberam que somos um... então o veneno delas é nosso... e a porra da mordida dói...
Bom... minhas pernas são de avestruz. Minha cabeça e o resto do corpo continuam de um humano.

...


Imagino o tamanho da confusão que vocês se meteram. Usar ou não usar o cérebro nunca fez tanta diferença pra seu mundo, mas agora é uma questão de escapar da morte. A questão é: como, a partir de agora, após ler este email que vos envio, escaparão da profecia do Evangelho segundo o urubu.